Faz de conta, correr, pular, esconde-esconde, amarelinha, ciranda cirandinha e tantas coisas estão difíceis de se ver no cotidiano das crianças, que têm a agenda cada vez mais lotada de compromissos, aulas, atividades em geral e são expostas à tentação de consumo promovida pela mídia e em especial através de músicas cheias de erotização e duplos sentidos.
Geralmente, achamos tão engraçado nossos “mini adultos” e estamos pondo em risco a inocência e a pureza infantil. Sim, é drástico. A mídia está faturando alto em cima das crianças porque nós, os adultos, possuímos o poder de compra e estamos permitindo que isso aconteça.
Uma possível explicação seria que alguns de nós acha, erroneamente, que as crianças não sabem o que estão fazendo e no futuro nem vão lembrar disso. A questão é que não é tão simples assim. O fato vivenciado fica na memória da criança e quando ela adquire um maior desenvolvimento bio-psico-social, esta recordação ganha novas interpretações e julgamentos dessa pessoa que está crescendo, a partir da maturidade em construção, por assim dizer.
É certo que, na infância e adolescência, haverá curiosidades e descobertas sexuais, mas seria ideal que o tempo de descoberta fosse respeitado e não acelerado, pois o ambiente influencia o comportamento infantil e pode promover um despertar para a sexualidade acelerada e que dificilmente pode ser apagada, pois uma vez que um cérebro ávido por novas informações adquire novas vivências, ele facilmente vai mantê-las.
Vale lembrar que alguns adultos não permitem que suas crianças assistam aos shows de alguns artistas ou dancem certas músicas, contudo, estes mesmos adultos são fãs de crianças e jovens famosos. Eles vão aos shows dessas crianças erotizadas que levam a mensagem da ostentação em boates, em clipes e etc. Sendo assim, este não deixa de ser um incentivo a estas práticas “artísticas”.
Imaginem o quanto uma criança com hábitos precoces pode estar mais exposta a assédio sexual, violência, bullying, entre outros. Existe uma grande importância em propiciar que as crianças vivam a infância. Hoje estamos vivendo em todas as classes sociais num movimento de saída de um processo de repressão da sexualidade para a banalização.
A dica é: oriente seus filhos, sobrinhos, irmãos mais novos. Converse abertamente sobre o tema, sem medo, para que se possa ver a beleza que existe em cada fase da vida. Caso não resolva, busque ajuda profissional.
