A Psicologia da Gestalt, sofre influencia hereditária do Humanismo que surgiu no início da década de 1960 e é considera a terceira força da Psicologia - as forças anteriores são Psicanálise e Behaviorismo- e de correntes filosóficas diversas. É de certa forma uma crítica humanista à Psicanálise. Sofreu expansão em muitos conceitos vindos dessa teoria que enriquecem ainda nos dias de hoje a teoria clínica da Gestalt-Terapia, que se expandiu também para o contexto educativo e de recursos humanos.
Esta escola de pensamento reflecte o descontentamento manifestado na década de 60 contra o pensamento mecanicista e materialista. Eram dissidentes da Psicanálise ortodoxa com o enfoque humanizador no aparelho psíquico. O humanismo tem como "pai" Abraham Maslow (1908-1970) que lutou pela respeitabilidade académica de seu estudo, defendo seus ideais que conceituaram a Auto-realização.
Se compreende melhor os fenómenos psicológicos quando os observa como um todo organizado e estruturado. Não se compreende o comportamento se desmembrar o todo em partes menores, mas deve-se compreender a totalidade dos eventos. A presente escola estuda, entre outros conceitos, o insight, que não é apenas a resolução dos problemas, mas o processo que conduziu a esta resolução, buscando entender o evento mental não observável, como já foi citado anteriormente. Um exemplo do processo de insight é a situação de alguém que a princípio não tem compreensão da resolução de um problema até o momento em que num pequeno instante desenvolve esta compreensão. "O todo é diferente da soma das partes" é a máxima Gestaltista. Ao observamos um objecto na perspectiva da Gestalt, não se fará apenas uma descrição do observável como cores, formas, tamanhos, mas, o que o objecto lhe evoca. Por exemplo, o que cada indivíduo percebe ao ver uma flor, pois a percepção está além dos elementos fornecidos pelos órgãos sensoriais.
Max Wertheimer (1880-1943) publica o primeiro trabalho que inicia os estudos da Gestalt em 1912, mas ainda sem muita notoriedade, num estudo sobre a percepção visual, com seus colegas Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1940). Os três são considerados iniciadores do movimento da Gestalt. Estes estudiosos eram contrários a ideia da consciência ser um conjunto elementos ou átomos. O conceito de unidade da Gestalt tem base na física moderna. Experimentaram o fenómeno phi como prova que demonstra através da ilusão de que dois focos fixos de luz piscante estão em movimento de um lugar para o outro. Também se dedicaram ao estudo de outro fenómeno, a constância perceptual, que demonstra a qualidade de integridade ou plenitude da experiência perceptual que não se altera, mesmo com a mudança dos elementos sensoriais.
Referências:
PENNA, Antonio G. História das Idéias Psicológica, 2a ed, RJ imago.1991.
SCHULTZ, Duane &Sydney. História da Psicologia Moderna. 12a ed, sp, cultrix.