Nem sempre as pessoas tidas como alienistas,
alienadas, loucas, etc..., tiveram um local para serem recebidas e tratadas.
Foram criados hospitais psiquiátricos, também chamados de manicomios e
hospícios. O modelo manicomial é uma
forma de tratamento psiquiátrico legítimo para a organização social na era
moderna. Tal modelo de organização, também é conhecido popularmente como
hospício ou asilo. Os primeiros hospícios europeus foram criados no século XV,
mas se expandiram no século XVII e passaram a abrigar também os marginalizados
de outras espécies.
Muitas são as críticas quanto a
forma que as pessoas com sofrimento mental eram submetidas. Existem elementos
estruturais básicos nesta perspectiva, são eles o internamento e o isolamento.
Nos dias atuais com o avanço da ciencia e dos tratamentos, existem mudanças
ocorridas na técnica e que também refletem na moral da sociedade.
Atualmente existem médicos
praticando técnicas de tratamento que estão praticamente extintas, a pacientes
com doenças mentais, nos hospitais ou consultórios, com pagamentos particulares
e motivados pela procura dessas pessoas que sentem alivio. Portanto,
existem pessoas com transtornos mentais mais severos e outras com quadros menos
graves que procuram por espontânea vontade, alternativas além dos medicamentos.
Surgem duas correntes de diferente
pensamento quanto aos tratamentos. A primeira focaliza o tratamento físico,
crendo ser a loucura um mal orgânico, fruto de uma lesão ou de um mau
funcionamento encefálico e defende o uso de medicamentos, sendo que o ambiente
dos manicômios, suas instalações, não são tão relevantes para o tratamento. A
segunda acredita no tratamento "moral", práticas psico-pedagógicas,
nas terapias afetivas como mais importantes.
Os
hospitais psiquiátricos hoje, podem, não estar funcionando da maneira ideal
segundo os profissionais que defendem esta segunda forma de tratamento,
contudo, a tragédia ocorrida em nossa cidade é vista por alguns profissionais
que pensam de acordo com a primeira forma, que se alguns elementos fossem como
nos moldes do passado, não teria ocorrido.
Caros
colegas, tentei explicar um pouco da problemática e os argumentos manicomiais,
na próxima postagem irei expor o conteúdo antimanicomial. Sei que a discussão é
séria e acirrada, mas atentem para preservação do espírito de respeito e
imparcialidade com a opinião do outro.
Fontes:
Vizeu, Fábio.A instituição psiquiátrica moderna sob a perspectiva organizacional. História, ciência, saúde, Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 33-49, jan./abr. 2005. Disponível em: Scielo.
http://www.comciencia.br/reportagens/manicom/manicom8.htm
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