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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Síndrome de Otelo

                                

   Dizem que "um pouquinho de ciúme é bom mas muito não", como consta na letra da música da banda Exaltasamba. O sentimento ciúme pode ser protecionista que tem como intuito a preservação da relação por se sentir ameaçado ou pode ser retaliador ou doentio, que não precisa de motivação necessariamente e a pessoa pode acreditar em seus próprios delírios, como foi retratado em sua forma doentia na literatura. No clássico “Otelo – O Mouro de Veneza”, de William Shakespeare (1564-1616), o general protagonista da história acredita piamente estar sendo traído por sua esposa, Desdêmona. Cego pelo ciúme e pela raiva, ele asfixia a mulher. Depois, no entanto, ao descobrir que ela não era adúltera, tira a própria vida com um punhal e antes de morrer ainda beija o corpo inerte de Desdêmona. A tragédia shakespeariana acabou por batizar a condição chamada de ciúme patológico, também conhecida como “síndrome de Otelo” e a obra ainda é popular nos dias de hoje porque aborda temas como racismo, amor, ciúme e traição.
   Tanto homens quanto mulheres podem sofrer de ciúme patológico, porém são elas as vítimas mais frequentes de agressões de parceiros ciumentos, pois a percepção desse sentimento é diferente e as reações também, já eles se ofendem mais com o envolvimento sexual e elas com o emocional. Quanto a procura por resoluções legais, o medo, segundo pesquisas, é a razão principal para evitar a denúncia dos agressores.


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